sábado, 20 de março de 2010

Professor atira apagador em aluna

Gostaria de parabenizar o professor X, ainda não sei seu nome, por ter atirado um apagador na direção de uma aluna na Escola Cuba, na Ilha do Governador, infelizmente acertando-a. Por um lado penso : este ato em si nada ajuda na discussão dos variados problemas enfrentados pelos professores brasileiros, assim como também não contribui para a modificação da estrutura da educação brasileira. Contudo, não nego que me deu prazer. É isso mesmo, prazer ao ver o apagador sendo atirado por um ser humano que, como qualquer ser humano, pode perder a razão. Não queria acertar a aluna, defendeu-se X na delegacia diante da mãe e de sua patroa advogada. Compreendo meu caro X, compreendo. Sei que no limiar do seu inconsciente o desejo era atingir não a aluna mas o que te impede em exercer o seu trabalho. a indisciplina, estimulada por um modelo educacional vergonhoso formador de enciclopédias humanas e não seres sensíveis e pensantes, é um empecilho que dificulta nosso trabalho. Portanto, o caso do apagador voador foi extremamente prazeroso pois denota para mim que os professores também são seres humanos e por carregarem tal natureza, estão sujeitos a atos impensados. Não somos robôs.

Voa apagador, voa na direção não da aluna mas do modelo degradante
aprisionador de seres humanos em penitenciárias de pseudo-educação
Voa apagador, voa indicando o caminho do grande erro
Deturpador da nossa educação
onde alunos fingem aprender e professores fingem ensinar
Voa, apagador, voa e explode no peito da mentira, da insensatez, da vergonha
Voa, apagador, voa e atinge não a menina mas os burocratas da educação, os pedagogos e seus discursos teóricos distantes.
Prazer, prazer, prazer, o apagador voou e explodiu
foi ao encontro da vergonha
mas a sonsa, quando aparece, teima
sempre em se esconder
Jesus e Buda ensinavam nas montanhas

2 comentários:

  1. Corajoso o seu comentário sobre o fato. Também acho que nosso sistema educacional está falido, e que ninguém, na política, tomo frente nesta questão. Se quiser, dê uma olhada no meu comentário também.

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  2. Eu não acho correto, mas concordo que essa situação traz à tona uma discussão interessante: como esperar equilíbrio de um cara que tem emprego desprezado pela sociedade, pelo poder público e pelos alunos? Não justifica, é claro, mas explica que o apagador que voa é consequência e não causa.
    Abs.

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