domingo, 28 de dezembro de 2008

Em busca de mais lucidez

Na vida, a medida que passamos por momentos difíceis, começamos a valorizar cada vez mais os bons momentos, entendendo que essa caminhada é feita de altos e baixos, como muitos dizem.

A vida é difícil mesmo, porém é mais fácil a gente falar isso quando passa por um momento complicado. É bom entendermos que sem um momento difícil fica complicado entendermos melhor a nossa existência. Para vivermos em toda sua plenitude um momento considerado “feliz” é preciso que saibamos, em primeiro lugar, reconhecer os maus momentos. A percepção e a vivência de um não existe sem a aceitação do outro.

Momentos ruins também servem para refletir, buscar novas identidades, mexer em (in)certezas escondidas, enfim, para entendermos mais sobre nós mesmos, mudarmos quem sabe de rumo, de atitude e comportamento, deixando coisas para trás que não mais nos servem ou abrindo mão de algo que antes nos era imprescindível.

Com os momentos ruins passamos a entender melhor a nossa vida como um todo e talvez até cheguemos a algumas conclusões antes consideradas inalcançáveis, por isso, devemos entender que estas fases ditas “de baixa” também tem sua função dentro da nossa caminhada e que sem elas deixamos muitas vezes de crescer e sermos pessoas mais lúcidas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Por que ?

Por que tudo é fragmentado ?
Por que não consigo ficar lendo ao menos mais de duas horas todos os dias ?
Por que não consigo me concentrar no que me aplico a fazer ?
Por que somente o imediato, o imagético, o recortado me fascina ?
Quero me libertar da ditadura do efêmero, quero poder trilhar nas profundezas dos pensamentos e sonhos dos múltiplos autores, queria poder ler todos os livros do mundo para saber se chegaria a alguma conclusão sobre o mundo, talvez não chegasse à conclusão nenhuma. Talvez entendesse que o mundo é o que é, segundo as escolhas do homem, sendo algo que tenha valor de acordo com os desejos de cada um. Para mim o que tem valor é a transgressão na arte, a tentativa de buscar a fronteira entre o tradicional e o rebelde. Para mim, no mundo falta isso: mais transgressão e menos conformismo.

Ah, tá, legal, mas o que é que cê vai fazer em relação a isto ?

Taí, nos deparamos com as nossas fraquezas e as nossas limitações.

Foi...Vai !!!

A mistura na educação é a possibilidade de beber uma vodka com guaraná
Sabe lá aonde a gente vai parar se continuarmos batendo esses tambores de ossanha
Eu queria parar em algum lugar, comer num rodízio de massas e depois lavar as mãos com sabonete líquido de alfazema
Sabe lá aonde a gente vai parar se continuarmos traçando o que não sabemos traçar
Sabe lá aonde a gente vai parar e a liberdade onde estará ? Se já estamos aprisionados pelo mercadomodelodeviver ?
Seja pelo mercado aquilo que Cristo foi por nós, tente salvá-lo. Eu coloco o mercado na cruz, eu coloco o mercado na cruz, eu coloco o mercado na cruz.
Ah ah ah ah ah ah ah ah, que gozo, o mercado está morrendo, está morrendo, vai mercado, vai, morra e nos dê um pouco a possibilidade de ver o povo apreciando a verdadeira arte, a arte de dizer chega, de esbravejar com as tulipas de chopp nas mãos, porra, eu quero uma arte mal comportada, quero que o politicamente correto se foda, quero que vá tudo para o seu devido inferno...Ah, porra, estou cansado de correr, correr, correr e não chegar a nenhum lugar, eu quero conhecer os grotões do mundo, que dizem ser o inferno mas me parece o portal do céu...Do céu de Milton Santos, de onde sairá a verdadeira marcha da modificação do mundo. Ahhhhhhh, eu quero paz, justiça e liberdade também. Liberdade de mim mesmo, liberdade da dona maloca, liberdade de espaço e tempo, dos curativos na minha barriga, quero cicatriza-los com sangue, quero amortecer a língua com sapos gigantes, quero sentir o sabor do refresco das doces manhãs, porra, vão mudar o português mas e o carioquês ? e o brasilês ? Porra, porra, porra, eu quero cruzar com um cachorro pra ver se sai um bicho novo porque nada de novo acontece nessa metrópole do mercado, eu quero mais do novo, mais do belo, quero mais do vivo, do estar vivo, do viver sem pré-estabelecidos conceitos, porra, eu quero viver, só isso, mas também quero a arte ao meu lado e quero que essa arte seja a arte de todos, diversa, dionisíaca e acessível. Feliz, se é que possa usar essa frase traçando um belo sorvete de manona, ano novo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Seres Humanos

Seres humanos, independente de credo, posturas e classe social, têm vesícula
Seres humanos desejam o tempo todo alguém do lado que os anime ou torne o ambiente feliz
Seres humanos prestam atenção na vida dos outros seres humanos e sentem prazer com isso
Seres humanos interferem na vida dos outros e sentem mais prazer ainda do que prestar atenção
Seres humanos são onipotentes diante do mundo, achando que a vida nunca lhes irá reivindicar algo
Seres humanos pensam no momento atual e em como tornar aquele momento menos doloroso e angustiante, sendo talvez uma das poucas saídas
Seres humanos querem sempre o melhor, ter uma casa, um carro, uma mulher, um homem
Seres humanos não pensam, apenas consomem
Seres humanos precisam entender que são muito pequenos diante da vastidão do universo, já dizia Niemayer, a vida dos seres humanos é um sopro

domingo, 14 de dezembro de 2008

O mundo é um grande supermercado

O PASSAPORTE DO HOMEM HOJE É O DINHEIRO
SEM DINHEIRO VOCÊ NÃO É ACEITO NA SOCIEDADE
SEM DINHEIRO VOCÊ NÃO É BEM VISTO
SEM DINHEIRO VOCÊ É REPRIMIDO
SEM DINHEIRO VOCÊ É INIMIGO DO ESTADO
POIS SEM DINHEIRO VOCÊ NÃO CONSOME
SEM DINHEIRO VOCÊ NÃO É INTERESSANTE PARA QUEM MANDA NA SOCIEDADE, O MERCADO

O HOMEM HOJE EM DIA EXISTE PARA O CONSUMO
NÃO HÁ HORIZONTE A CHEGAR, APENAS CONSUMIR O IMEDIATO
SATISFAZER OS DESEJOS ESTIMULADOS PELO PODER SIMBÓLICO

O MERCADO É IMPLACÁVEL, ELE ANULA O TEMPO, TRAZ A FANTASIA DO “AQUI AGORA”, DO “SEJA FELIZ” E SER FELIZ É CONSUMIR, FORA ISSO, NÃO EXISTE MAIS NADA, TUDO FICA VAZIO, O HOMEM PERDE O SENTIDO DE SER E É TOMADO POR ANGÚSTIA.

É PRECISO SE VOLTAR PARA AS COISAS SÍMPLES QUE RESTARAM, O MAR E O AR, MESMO QUE POLUÍDOS, OS GUETOS E RINCÕES, MESMO QUE ESQUECIDOS, A POBREZA E A MISÉRIA, MESMO QUE IGNORADOS.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ilhas

A cada dia redescubro uma Ilha que há muito estava perdida nos confins do passado

Nessa Ilha reencontro o que há de melhor em mim

Transcendo o tempo e vivo um presente particularmente meu

Numa Ilha que quase deixei mas de onde um dia, fatalmente, irei partir...ou não...

Pois partindo, corro o risco de experimentar a absurda vontade de voltar...