sábado, 29 de janeiro de 2011

Sou Terra

Afoga meu eu
Água do mar que entra pela boca
vida chula e teimosa
sorrisos abissais
Qual a hora certa pra tomar o último gole ?
vento possuído de areia seca minhas lágrimas
ao céu azul intenso subo de carona nas palavras
do alto a Terra é verde cheia de buracos
As pessoas
As pessoas estão explodindo
Por que o espanto ?  
Só  as palavras me sustentam nas alturas
Porém sou demasiadamente pesado para elas
Caio em queda livre quilômetros de velocidade
Explodo no solo, uma bomba
Formo uma cratera
Pessoas chegam para olhar
Tudo agora é barro, cor de terra
Encontram o nada
explodi
me desfiz
virei pó
sou Terra agora
sou tudo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Devoto

Você, grande imitador
Finge-se desapaixonado a cada segundo
mas teus olhos revelam o contrário
Quando ela surge e te sorri
vai pelos ares tua confiança
Desmorona por dentro tuas couraças
Pois sente a graça divina da presença
feminina que contigo acorda, dorme
põe café e pão todo os dias
Quando a amada te toca
Teus mistérios te cercam, dançam, brindam ao teu redor
refletidos no espelho dos negros olhos
de Juliana, voce desnudo como nunca
transcende tua alma antes restrita
à miserabilidades
Agora, companheiro, tu és pleno homem
devoto e sentinela
do amor dessa mulher


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Finitude, infinitude

Não somos nada
Achamos que somos e vivemos desta ilusão
Estamos perdidos em um mundo que não sabemos exatamente o que significa
Por mais que classifiquemos insetos ou nos perguntamos questões metafísicas
Estamos largados ao léo na imensidão do que se chama espaço sideral
Finitude, infinitude, somos permeados de dúvidas que nos interessam
Uns querem a continuidade, outros não
Uns não conseguem decidir por uma ou por outra
A experiência da vida é algo único, porém misterioso em sí mesmo
Por mais que  a ciência já tenha nos dados múltiplas respostas para
Quase tudo
Prefiro  prestar atenção as pequenas coisas, ao vento que bate no rosto ao cair da tarde,
No mergulho de mar bem cedo ou o sono da tarde que descansa a mente
Prefiro  observar a paisagem e me encontrar constantemente com a complexidade
Do outro fazendo disto uma arqueologia do interior humano.
Há muito mais coisas entre os mundos que habitamos que podem nos levar a
Descoberta de novas mundos, novas experiências e possíveis transformações.