terça-feira, 28 de outubro de 2008

Resistência...até quando ?

Tem dias que a gente se sente despedaçar por dentro, como se a alma estivesse entrando em decomposição. É uma dor tão grande e profunda que fica difícil saber quem realmente você é. É como se a gente se sentisse esvaziando por dentro, todo o nosso emocional indo pelo ralo, sendo sugado por alguma coisa que a gente não sabe exatamente o que é, talvez essa seja uma das maiores angústias, não saber o que provoca isso...

A sensação de que o pior vai acontecer, de que você está num carro desgovernado rumo a um precipício, é por aí...

Tantas são as formas do homem viver, as vezes fico me perguntando se realmente somos o que escolhemos ser e se podemos realmente fazer algo para mudar o que está aí...

Tem horas que o vazio é tão grande que parece que uma nuvem branca vai te tragar para o nada, o mundo desabando em cima da sua cabeça e você desaparecendo lentamente ou subitamente de uma vez...

As vezes parece que eu me decomponho por dentro e meu corpo não acompanha esse movimento, ou seja, ele não morre...

Por que, né ? Deveria ser mais fácil...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Meu pai

Como vai, tudo bem por aí ? E aí ? Muitas canções novas ? Saudade de ti, velho. Quanto tempo a gente não se vê, né ? Por aqui está tudo bem e não vou ficar fazendo cena, vou direto ao assunto. Você agora é avô. É, velho, vovô. Como o tempo passa rápido, né ? Quem ? Se chama Carolina. Eu que escolhi. Lindo nome, não ? Sabia que você iria gostar.

É, pai, a vida realmente, como você cantava em suas músicas, não é fácil mesmo não. Não é pra qualquer um. Que correria, hein, velho. Como o ser humano se supera em matéria de maldade. Fico as vezes pasmo com isso tudo, mas olha, quero te falar da Carol. Ela é linda, pai, como a vó. Tem o nosso sorriso e aquele olhar que por direitos autorais são dela. Ela está muito linda.

Pois é, eu agora também sou pai, cara. Quem diria, hein ? Teu filhote pequeno que você ninou, pegou nos braços, hoje é pai. Cara, vou te falar, é muito bom ser pai. Passei esse tempo todo pensando como seria. Poxa, agora entendo as palavras, letras e músicas que você compunha, principalmente aquela que fizeste pra mim quando nasci, lembra ? Claro que sim.

Quero que tu saibas que eu tô bem, por sinal, muito bem. Estou trabalhando no mesmo lugar onde estudei a vida inteira. Moro na Ilha do Governador, assim como nos últimos 27 anos. Aqui fiz muitas amizades e vivi grandes amores. Pois é, pai, estou agora numa fase de mudanças e você sabe, mudanças são sempre difíceis e muitas vezes dolorosas, mas nada como o tempo que não cura, mas nos ajuda a conviver com as perdas.

É velho, é isso aí, bom falar contigo. Saudades e não esqueça, mesmo distantes a gente sempre estará junto. Te amo, cara, hoje, amanhã e principalmente nesse ano de 2008 quando completei 33, a mesma idade que você tinha quando morreu. De qualquer forma, te amo, velho. Se feliz sempre !!!

Teu filho,

Fernando

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sangue e Gente

O coração bate forte
Bombeia sangue aos nossos extremos
Latejando e percorrendo veias distantes
Em uma profícua enxurrada de plasma

O pulsar do corpo me lembra o tempo
Tempo que dita passos e incita compassos nas cidades
Marcação incessante de um relógio
Coração, ritmo, corpo, movimento

Ditam o trânsito do mundo
De um mundo em transe
Que se transa intensamente

Buscando caminhos
Vivendo “non senses”
Calamidade tempo caos sangue gente

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Varrendo palavras...


São tantas as folhas que caem das árvores que as vezes não sei direito por onde devo começar a pisar
Talvez deva me concentrar em como pisar, forte na folha seca, ouvindo o estalar das palavras que caem das árvores...

Palavras são como folhas, a gente varre pra longe, pisa nelas, mas sempre retornam com o passar do tempo...
Como as folhas, elas preenchem espaços, algum espaço no mundo, um espaço dentro de mim...