sábado, 19 de julho de 2008

Só toca João Gilberto no meu mp3 player

Sutil, delicado, suave, ao mesmo tempo poético, rústico em sua batida de violão, brasileiro, caramba, poético, não é apenas isso, é muito, é altamente poético, extremamente poético, intimista, vai na veia da alma a música de João Gilberto, arrebata tudo o que há de angustiante no ser, retira da alma a dor e o peso da existência.

Reformula o cosmos e ajusta o mundo, arruma a desordem da mente, dá esperança. Fala do amor de forma particular, bela e profunda.

Agora, depois de 33 anos, parei para ouvir João Gilberto, que já havia passado por mim nos anos 90, quando conheci a bossa nova nas aulas de violão aqui na Ilha, mas desfrutar e mergulhar neste universo mesmo, só agora. O bom é que ainda tenho bastante tempo para desfrutar. Nada está perdido.
A música de João Gilberto te carrega para outra dimensão, faz o mundo se abrir e as paisagens da minha infância passam a ter um sentido a mais. Não é Ipanema, mas isso não tem a menor importância. Essa música cabe em qualquer lugar, inclusive no subúrbio, afinal de contas, ela é samba também, samba com arranjos de jazz, uma batida suave e uma voz intimista que transvasa a alma, fazendo sair tudo que há de ruim na mente humana, as fraquezas, a desesperança, os rancores, todos somem imediatamente no compasso da batida do violão.
Esta música está pra lá de muito além do que seja algo que se possa fechar no tempo e no espaço. Está aí no mundo eternizando momentos, cada batida, cada divisão, cada acorde se perpetuam no tempo, permanecendo no sempre e na eternidade.
Viva João Gilberto.

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