domingo, 5 de julho de 2009

O sininho do Caju

Do alto da escada
Observo os cortejos fúnebres

Tlim tlim tlim
Bate o sino pequenino do adeus
Eis a última caminhada
Raios de sol atravessam as árvores
iluminando a tristeza das pessoas
séquitos partem sem cessar em vagarosos passos
Rumo às profundezas do Caju
sobre eles paira a finitude do mundo
Aos poucos vão se perdendo ao longe
entre o silêncio das sepulturas

A tristeza se revela pela ausência
quem teria sido ?
Andou, sorriu, brincou carnaval
Foi pai, mãe, teve filhos, trabalhou
Amou, desamou
Sorriu, chorou
Teve história
e no fim de tudo, o cortejo
término do tempo de cada um

Ricos, pobres, loucos, sãos
Oh, vulneráveis
A morte é a (des)graça do inevitável
O fim de suportar a maravilha de existir

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