Aprisionada na moldura
permanente sorriso
indiferente aos dias e humores tão instáveis
É você
de semblante puro, coração aberto
e uma pontinha de vaidade, claro
quem não tem ?
É você
no porta-retrato perto da janela
que aberta impõe o céu como fundo
deixando-a ainda mais bela, tela
Posso sofrer, me desesperar e fenecer
com as agruras da vida
o que não faria da minha morte
uma morte indigna
pois nada mais sensato que morrer na sala
aos pés do teu sorriso no porta-retrato
para Ju
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
Vento
Vou te levar pra bem longe
A verdes sonhos descampados
Terras onde nem o horizonte
Há de ser avistado
Quando o vento nela sopra
Tudo
Tudo vira tornado
A verdes sonhos descampados
Terras onde nem o horizonte
Há de ser avistado
Quando o vento nela sopra
Tudo
Tudo vira tornado
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Carta a Moroi*
Vejo um menino chorando de bar em bar, tadinho, é a flor do amanhecer.
Quem provocou isto ?
Você, oh putrefação do mundo, horroroso cavalo peludo, bicho dos infernos
Tanta alegria poderia ter vivido caso não entrasse na minha vida e humilhado a doce Mirza
Rainha dos dentes brancos, da pele clara, morena-lisa...
Oh, pobrezinha, ficou tão triste...
Nada adiantou. Eu chorei mas você não parou de ofendê-la
Seu verme, agora está morto.
Por que fez isto com ela ? Logo a mais bela e fadada das donzelas, flor do amanhecer de cada dia, chorou...
Triste é vê-la na torre do castelo e não poder fazer nada. Lá está presa até hoje
Suas tranças não alcanço, sou fraco para escaladas.
Ah, minha querida monalisa hoje com cabelos grisalhos, tanto tempo presa nessa torre e eu só faço observar seu passo em falso.
Me resigno e choro sozinho sentado na pedra, minhas lágrimas escorrem e formam um rio de sol carregando meus desejos que ela fosse feliz.
Arregalo os olhos para ver se ele está morto, preciso ter certeza
Que pena, o cenário onde será enterrado é tão lindo, cercado de montanhas verdejantes
Pois você não merecia mais que um buraco de terra no deserto
Agora vai ao poço dos infernos, diabólico mordaz enganador
Satisfaça-se de todo o mal provocado à Mirza, minha doce ingênua dama provedora de luz.
A cada ruga em seu rosto haverão mil demônios a te castigar, traidor insolente de espada na mão
Agora será devorado pelas baratas que apagarão da existência as tuas sobras
Você foi a sombra do meu desejo de destruição, fiquei sombrio a ponto de andar atrás de ti
Por sorte me libertei mas Mirza não
No cemitério jogarei terra sobre sua sepultura e ficarei de olhos atentos para ver o quanto de chão estará sobre você
Agora não voltará mais a assustar nossa gente, impor amor a Mirza seduzindo-a com sexo, dinheiro e comida.
Uma pena pois seria a grande oportunidade de te matar
Você não dizia que esta terra era de azeitonas e palmeiras mortas ?
Pois bem, os tupinambás estarão a tua espera com o garfo na mão. Esta terra te devorará.
Fez muito mal à Mirza e o perdão por ti clamado era vidro e se quebrou
Saiu sangue do teu corpo, não é, demônio ? E como um demônio possui tanto sangue ?
Saia daqui agora, suma da minha frente
Vá para o chão envenenado de pepinos esquecidos
Doce ser do veneno, seduzia pela honra rebaixando o que havia de mais doloroso em nós
Pobre Mirza, pagou seu enterro e até neste momento não se desfez de ti
Depois de três anos irão desenterrar seu caixão e queimar teus restos
Pobres coveiros, trabalho perdido pois não haverá nada
Os vermes hão de fazer o baile
Vergonhoso final para o senhor das redondezas morto no espeto de churrasco.
Pedra, lápide ? Tu não mereces.
Que esta terra te cubra para sempre
Não volte a nos atormentar nunca mais.
*vampiros mortais que se alimentam de humanos sem matá-los (mitologia romena)
Quem provocou isto ?
Você, oh putrefação do mundo, horroroso cavalo peludo, bicho dos infernos
Tanta alegria poderia ter vivido caso não entrasse na minha vida e humilhado a doce Mirza
Rainha dos dentes brancos, da pele clara, morena-lisa...
Oh, pobrezinha, ficou tão triste...
Nada adiantou. Eu chorei mas você não parou de ofendê-la
Seu verme, agora está morto.
Por que fez isto com ela ? Logo a mais bela e fadada das donzelas, flor do amanhecer de cada dia, chorou...
Triste é vê-la na torre do castelo e não poder fazer nada. Lá está presa até hoje
Suas tranças não alcanço, sou fraco para escaladas.
Ah, minha querida monalisa hoje com cabelos grisalhos, tanto tempo presa nessa torre e eu só faço observar seu passo em falso.
Me resigno e choro sozinho sentado na pedra, minhas lágrimas escorrem e formam um rio de sol carregando meus desejos que ela fosse feliz.
Arregalo os olhos para ver se ele está morto, preciso ter certeza
Que pena, o cenário onde será enterrado é tão lindo, cercado de montanhas verdejantes
Pois você não merecia mais que um buraco de terra no deserto
Agora vai ao poço dos infernos, diabólico mordaz enganador
Satisfaça-se de todo o mal provocado à Mirza, minha doce ingênua dama provedora de luz.
A cada ruga em seu rosto haverão mil demônios a te castigar, traidor insolente de espada na mão
Agora será devorado pelas baratas que apagarão da existência as tuas sobras
Você foi a sombra do meu desejo de destruição, fiquei sombrio a ponto de andar atrás de ti
Por sorte me libertei mas Mirza não
No cemitério jogarei terra sobre sua sepultura e ficarei de olhos atentos para ver o quanto de chão estará sobre você
Agora não voltará mais a assustar nossa gente, impor amor a Mirza seduzindo-a com sexo, dinheiro e comida.
Uma pena pois seria a grande oportunidade de te matar
Você não dizia que esta terra era de azeitonas e palmeiras mortas ?
Pois bem, os tupinambás estarão a tua espera com o garfo na mão. Esta terra te devorará.
Fez muito mal à Mirza e o perdão por ti clamado era vidro e se quebrou
Saiu sangue do teu corpo, não é, demônio ? E como um demônio possui tanto sangue ?
Saia daqui agora, suma da minha frente
Vá para o chão envenenado de pepinos esquecidos
Doce ser do veneno, seduzia pela honra rebaixando o que havia de mais doloroso em nós
Pobre Mirza, pagou seu enterro e até neste momento não se desfez de ti
Depois de três anos irão desenterrar seu caixão e queimar teus restos
Pobres coveiros, trabalho perdido pois não haverá nada
Os vermes hão de fazer o baile
Vergonhoso final para o senhor das redondezas morto no espeto de churrasco.
Pedra, lápide ? Tu não mereces.
Que esta terra te cubra para sempre
Não volte a nos atormentar nunca mais.
*vampiros mortais que se alimentam de humanos sem matá-los (mitologia romena)
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Devaneios
Fragmentos de pensamentos invadem minha mente
Já corroída por desejos e frustrações inacabados
Essa luz intensa dos dias de sol me cega
Me faz perder a direção
Saio apenas por livre e espontânea necessidade
me omitindo para o mundo
Sei, estou sendo vulgar comigo mesmo
Sendo algo que não sou
Mas só assim estou
Não sou isso
Não me tornei este ser invisível e patético
ainda sou um homem de alicerces
Sei desencavar minhas memórias
mesmo que para isso viva pouco o presente
Preciso me encontrar em algum ponto do mundo
Ao menos saber que um dia possa vir a ter um minuto de paz
Minha alma não se ilude com pouca ou tanta coisa
Ela é rainha do vento, fécula do amanhecer
cândida fronteira entre o exato e a instabilidade
O fora e o dentro não se conectam em mim
Convivo em dois universos
Sintetizando as tristezas e angústias de ambos
Mente livre é sinônimo de incertezas
E paga-se um preço por isso
O mais ruim é estar só no meio de si mesmo
se percebendo varrido por furacões de devaneios
Olhar o outro estável e se sentir um peão girando
Vivendo apenas o que sei, o que posso e o que tenho
nesta maldita e silenciosa opressão devoradora
Já corroída por desejos e frustrações inacabados
Essa luz intensa dos dias de sol me cega
Me faz perder a direção
Saio apenas por livre e espontânea necessidade
me omitindo para o mundo
Sei, estou sendo vulgar comigo mesmo
Sendo algo que não sou
Mas só assim estou
Não sou isso
Não me tornei este ser invisível e patético
ainda sou um homem de alicerces
Sei desencavar minhas memórias
mesmo que para isso viva pouco o presente
Preciso me encontrar em algum ponto do mundo
Ao menos saber que um dia possa vir a ter um minuto de paz
Minha alma não se ilude com pouca ou tanta coisa
Ela é rainha do vento, fécula do amanhecer
cândida fronteira entre o exato e a instabilidade
O fora e o dentro não se conectam em mim
Convivo em dois universos
Sintetizando as tristezas e angústias de ambos
Mente livre é sinônimo de incertezas
E paga-se um preço por isso
O mais ruim é estar só no meio de si mesmo
se percebendo varrido por furacões de devaneios
Olhar o outro estável e se sentir um peão girando
Vivendo apenas o que sei, o que posso e o que tenho
nesta maldita e silenciosa opressão devoradora
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Entre neblinas e sombras
Não há nada lá fora a não ser sombras e cinzas
que circundam minha casa
Deixando-a isolada de tudo
Não, não quero sentir e viver isto
Seria bom se ela girasse
E jogasse a neblina pra lá
Abrindo o sol
Porém, ainda não estou pronto para ele
Nem para o mar
Preciso me encontrar em cada esquina
Para não sentir-me sozinho no meio da multidão
Onde a realidade se torna mais nítida
E a diferença entre eu e o mundo mais gritante
Se eu estou no mundo
Não há como o mundo não estar em mim
E está
Apenas não sei onde
Talvez perdido em algum lugar da minha alma
Preciso urgentemente encontrá-lo
Falta um bom pedaço de mundo em mim
que circundam minha casa
Deixando-a isolada de tudo
Não, não quero sentir e viver isto
Seria bom se ela girasse
E jogasse a neblina pra lá
Abrindo o sol
Porém, ainda não estou pronto para ele
Nem para o mar
Preciso me encontrar em cada esquina
Para não sentir-me sozinho no meio da multidão
Onde a realidade se torna mais nítida
E a diferença entre eu e o mundo mais gritante
Se eu estou no mundo
Não há como o mundo não estar em mim
E está
Apenas não sei onde
Talvez perdido em algum lugar da minha alma
Preciso urgentemente encontrá-lo
Falta um bom pedaço de mundo em mim
terça-feira, 18 de agosto de 2009
O bonde do tempo
Pegou o chapéu, virou-se ao público e disse adeus
Vou indo embora
Estou cansado dessa vida
Sinto uma angústia devastadora em meu peito
que me tira o sono e faz chorar
Ouço o som do bonde vindo
Não posso perdê-lo
Não posso perdê-lo
O bonde do tempo chegou
e isso tudo é muito pouco pra mim
Quero respirar o ar das florestas
que não ficam tão distantes daqui
Caminhar, pisar na terra
sem ninguém pra me dizer onde devo ir
Melhor viver andando por aí
lado a lado com o fluir do tempo
Se ele não pára, eu também não
Porque ter medo de ficar parado
encostado no sofá assistindo o tempo passar ?
Não, me nego a isso...
Se o tempo passa eu vou com ele...
Até onde eu quiser parar
Para depois continuar
Continuar...
Vou indo embora
Estou cansado dessa vida
Sinto uma angústia devastadora em meu peito
que me tira o sono e faz chorar
Ouço o som do bonde vindo
Não posso perdê-lo
Não posso perdê-lo
O bonde do tempo chegou
e isso tudo é muito pouco pra mim
Quero respirar o ar das florestas
que não ficam tão distantes daqui
Caminhar, pisar na terra
sem ninguém pra me dizer onde devo ir
Melhor viver andando por aí
lado a lado com o fluir do tempo
Se ele não pára, eu também não
Porque ter medo de ficar parado
encostado no sofá assistindo o tempo passar ?
Não, me nego a isso...
Se o tempo passa eu vou com ele...
Até onde eu quiser parar
Para depois continuar
Continuar...
sábado, 1 de agosto de 2009
Helena
Chegou de repente
Bem-querer vindo ao mundo de manhã
Do útero ao decair dos meus versos
envolvida em um manto de palavras
Lá vem você
rebate em mim a vida
luz de uma humanidade incrédula
Quando te peguei em meus braços
Já sabia que depois das dez
o mundo ficaria ainda mais diferente
e melhor...
Bem-querer vindo ao mundo de manhã
Do útero ao decair dos meus versos
envolvida em um manto de palavras
Lá vem você
rebate em mim a vida
luz de uma humanidade incrédula
Quando te peguei em meus braços
Já sabia que depois das dez
o mundo ficaria ainda mais diferente
e melhor...
Assinar:
Postagens (Atom)