Sete da manhã
Acordo com salvas de fogos
Alertam para um dia de venturas
Domingo de Junho
Na varanda uma brisa esperança
Árvores de verde verdade tocadas por raios de sol
Prédios em concreto amoleciam as estruturas
A rua sem saída era fronteira do mundo
O céu claro azul salpicado por balões
Alavancava em mim desejos de voar como eles
Por trajetórias curtas e intensas
Tal qual o fogo das buchas a queimar
Ao olhar com o binóculo do meu avô
Avistava o mundo dos sonhos
Os via com detalhes
Carregavam imagens sacras coladas no firmamento
Obras de arte dos subúrbios
Hoje do mesmo lugar não há mais binóculos
Nem mesmo a sabedoria do meu avô
O azul insiste em ser azul porém a brisa agora é fria
Tanto céu para um só balão
Balão despertador a me alertar de tanta vida ainda por vir
Mas tão pouco sonho a se viver
sábado, 11 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Persista
Em casa ouço trovões
O tempo me surpreende, eu gosto
Da varanda avistei tempestade
Lentamente chegando
Cheiro de terra no ar
Estrondo gigante arrebata meu corpo pra fora de casa
Sinto o frescor da baia nos degraus da Guanabara
Persista, sou alma destemida criada pro mundo
Sorrio o tanto que já chorei
Enlevo meu corpo suado em pingos d’água
Tristezas escorrem pelo chão
Cansei
Quantas vezes tive que calar pra não ser aviltada ?
Hoje sou apenas eu
No canto liberto minha verdade sem freios
Retiro palavras da alma, as jogo pra cima
Encontro o verbo sonhar
De vestido rodado
Pé descompassado
Meio embriagado
Ele me convida
Pra dançar a vida
O tempo me surpreende, eu gosto
Da varanda avistei tempestade
Lentamente chegando
Cheiro de terra no ar
Estrondo gigante arrebata meu corpo pra fora de casa
Sinto o frescor da baia nos degraus da Guanabara
Persista, sou alma destemida criada pro mundo
Sorrio o tanto que já chorei
Enlevo meu corpo suado em pingos d’água
Tristezas escorrem pelo chão
Cansei
Quantas vezes tive que calar pra não ser aviltada ?
Hoje sou apenas eu
No canto liberto minha verdade sem freios
Retiro palavras da alma, as jogo pra cima
Encontro o verbo sonhar
De vestido rodado
Pé descompassado
Meio embriagado
Ele me convida
Pra dançar a vida
sábado, 21 de março de 2009
Encantos da Mauá
Ela tocava tamborim no Escravos da Mauá
Cumbaqueteque ticumbum catiquitum
Salamaleque de crioula no batuque enviesado
Por compassos esticados de viola afiada
Vai na marcação, cabrocha
Joga as mãos ao leo em sedutora desfaçatez
Congela meus desejos
Inibe meus atos
Tamanho o encanto que me presta ao bailar por calçadas murmurantes de histórias
Abro os olhos e vejo a Prainha enluarada
Que não nega o clamor dos gritos dos escravos
Todavia desfaz dor em poesia
Transpondo a minha alma em transe
Aqui somos autênticos no que sentimos
Encantados por acordes de um samba bom
No surdo do tempo que nos consome
Navegamos o rio até fevereiro
Revivendo a cada mês o mais próximo que podemos ser do carnaval
Cumbaqueteque ticumbum catiquitum
Salamaleque de crioula no batuque enviesado
Por compassos esticados de viola afiada
Vai na marcação, cabrocha
Joga as mãos ao leo em sedutora desfaçatez
Congela meus desejos
Inibe meus atos
Tamanho o encanto que me presta ao bailar por calçadas murmurantes de histórias
Abro os olhos e vejo a Prainha enluarada
Que não nega o clamor dos gritos dos escravos
Todavia desfaz dor em poesia
Transpondo a minha alma em transe
Aqui somos autênticos no que sentimos
Encantados por acordes de um samba bom
No surdo do tempo que nos consome
Navegamos o rio até fevereiro
Revivendo a cada mês o mais próximo que podemos ser do carnaval
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Acasos
Há de se ter bailado, há de se ter dançado
Ao forte som das batucadas
Que o teu corpo respondia com passadas
Sorridente exagerada
Disfarçada pelas ruas agitadas
Que paravam pra te ver
E eu no meu encontro com o acaso
Arrisquei-me a te encontrar
Novamente ou nunca mais
Há de se ter bailado, há de se ter dançado
Ao forte som das batucadas
Teu olhar descontraído me dizia
Que ali se escondia algo a mais que eu não sabia que luzia mas havia
Algo em ti a se esconder
O que seria ?
Ao forte som das batucadas
Que o teu corpo respondia com passadas
Sorridente exagerada
Disfarçada pelas ruas agitadas
Que paravam pra te ver
E eu no meu encontro com o acaso
Arrisquei-me a te encontrar
Novamente ou nunca mais
Há de se ter bailado, há de se ter dançado
Ao forte som das batucadas
Teu olhar descontraído me dizia
Que ali se escondia algo a mais que eu não sabia que luzia mas havia
Algo em ti a se esconder
O que seria ?
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
(Des)razão
Definir por definir não tem sentido
E só sentir o que vier pra mim é muito limitado
Pra viver esse passado no presente com você
Tanto é que já rimei errado versos tortos embolados
Me confundem ao dizer
Ah, o que as palavras são capazes de dizer
Pra entender que nada esconde essa vontade de ceder
De me abster de adiar um sentimento por você
Que o teu cheiro, morena, em minha pele brota a flor que desespera o lancinado coração
Lambusado desse gosto dos teus lábios à espera
De um beijo bem profundo foge o chão desaba o mundo
Desatina e desconcentra tudo o que há de ser razão
E só sentir o que vier pra mim é muito limitado
Pra viver esse passado no presente com você
Tanto é que já rimei errado versos tortos embolados
Me confundem ao dizer
Ah, o que as palavras são capazes de dizer
Pra entender que nada esconde essa vontade de ceder
De me abster de adiar um sentimento por você
Que o teu cheiro, morena, em minha pele brota a flor que desespera o lancinado coração
Lambusado desse gosto dos teus lábios à espera
De um beijo bem profundo foge o chão desaba o mundo
Desatina e desconcentra tudo o que há de ser razão
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Irreverente e debochado
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Rodou !!! Vai, rodou !!! Empurra !!! Vai !!!

Ontem voltava do centro e vi fumaça negra para os lados do Maracanã. Ah, deve ser mais um barraco pegando fogo, talvez consigam salvar os móveis. Que nada, eram ônibus incendiados por traficantes por conta do coque de ordem da polícia militar no morro de Mangueira. Peraí, a moda é essa agora, choque de ordem da polícia, choque de ordem dos bandidos e a fumaça bem preta não parava de subir. É o sinal de que o ano começou. Eu estava esperando por ele que demorou, demorou para abalar mas abalou. O verão carioca do choque de ordem e do abafamento, camelô correndo com muamba na mão. Seu moço, me dê um trocado e o garoto era alugado em Santa Cruz por trinta reais. Durante o dia ficava nos sinais a pedir um trocado pro senhor que o alugava, delivery free open com as criancinhas. Até onde vai a doença contida na cabeça do homem ? Ah, Barack será que vai mudar ? Não precisa responder, cheguei no limite, vou ouvir Jorge Ben.
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