segunda-feira, 4 de abril de 2011

(Pré)conceito

Preconceito





De onde vem o preconceito ? Antes de mais nada gostaria de isentar a palavra do cunho pejorativo que ganhou ao longo do tempo pelo que representa. O (pré) conceito pode estar ligado diretamente a qualquer opinião a respeito de alguém ou alguma coisa sem que antes este objeto seja estritamente avaliado com mais proximidade.

Em nossa sociedade o homem impõe valores às coisas de acordo com suas convicções próprias associadas a forma pela qual o objeto em destaque se mostra para ele, portanto, a partir destes dois pontos de vista saímos por aí emitindo opiniões quase sempre desprovidas de eficácia verídica a respeito dos outros, principalmente.

É preciso, antes de se avaliar qualquer coisa ou objeto, penetrar no mundo deste, vivenciar seus meandros, sua forma de se reconhecer no mundo, seus pensamentos, opiniões e práticas para que possamos, a partir da formação ética individual de cada um formarmos um conceito, sem o “pré”.

Isto torna a sociedade mais rica pois as alteridades, ou seja, as diferenças entre as pessoas na maneira como elas se comportam ou veem o mundo passam a ser respeitadas permitindo um convívio mais ameno entre as diferenças, pois a partir delas e não de uma pobreza homogênea  iremos em direção a uma sociedade na qual todas as demandas possam ser ouvidas e antes de mais nada respeitadas oferecendo, desta forma, mais solidez à diversidade cultural, em termos de Brasil nossa própria unidade.

domingo, 6 de março de 2011

Cara a Cara com Deus

Me sinto uma escola de samba sendo julgado o tempo inteiro pelas pessoas como se eu tivesse fazendo um desfile todo errado ao longo da vida.

As vezes posso nem estar sendo julgado tanto assim e sim ser paranóia da minha cabeça porém o sentimento é muito ruim, meu eu fica pequeno.

Meu eu fica pequeno pq, a paranóia faz com q eu me sinta culpado como se eu carregasse nas costas um tonelada de culpas postas pelos outros.

Fico me sentindo como se fosse uma espécie de estorvo pro mundo e no mundo, meu amor por mim diminui e é como se eu começasse a desapareder.

Como se todos me apontassem seus dedos e me julgassem CULPADO tendo como pena a angústia no peito e o sumiço do meu eu se perdendo de mim.

É bom ver o dia amanhecer mas ao mesmo tempo sinto medo das palavras das pessoas me julgando, me apontando, fazendo me sentir um ser ruim.

Meu Deus, será que sou ou fui ou sou ou fui uma pessoa tão ruim assim ? Me sinto caminhando no umbral da vida purgando por meus atos.

Sou reflexo das minha escolhas erradas ou é minha fraqueza diante daqueles que me apontam os dedos o que me faz me perder do meu eu ?

Quem sou eu se dentro de mim não consigo encontrar meu dito lado bom cuja minha esposa tanto anuncia ? Minha alma foi marcada em brasas ?

Sou um ser tão desprezível assim ? Não é o que minha esposa fala mas será que ela fala para amenizar minhas perturbações ? Quem sou eu ?

Por quanto tempo ainda vou me sentir assim, como se estivesse carregando toneladas de culpas do mundo nas minhas costas ?

Será que minha natureza é ser um espírito atormentado e preciso aprender a conviver com isso ? Como posso fazer p/ ñ atormentar os outros ?

Oh, Deus, tenha misericórida desta alma embaralhada, incerta e inconstante, subo no alto da montanha e grito : aonde vc está, oh Deus.

Por quanto tempo ainda terei que respirar terra e comer ar, por quanto tempo ainda estarei em desencontro com o mundo ?

Por que, Deus, não tem misericórdia desta carne-alma, deste sofrimento que é ser um ser ambíguo, por que não encerra minha estada aqui ?

Se até agora tive que conviver e fazer os outros conviverem com meus tormentos, o que sou para o mundo ? Sou necessário, pq o tormento ?

Grito, grito, grito e só escuto ao longe as vozes das pessoas, julgamentos e verdades e ninharias do meu eu, será que já morri ?
 
Por quanto tempo ainda terei que caminhar atormentado pela Terra ? Deus, cade você ? De ti apenas ouço o silêncio.

Não preciso de uma cama mas de uma maca, minha alma varia entre a saúde e a doença, uma doença que nenhum remédio consegue curar.
 
Cansei de gritar. Vou sentar neste chão de areia e aguardar o que o vento traz, ao menos uma placa dizendo quantos km há para o fim.
 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Alvorecer

Alvorecer impregnado de um azul
diferente porém sábio
A tela ergue-se  mais larga
Ocupando todo espaço da retina
Não há mais o que fazer
A não ser devorado pelo doce alvorecer

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pastor

Pastor deu um passo 
E o chão desabou
Dele sobraram cinzas grãos de areia
Hoje retorna com fúria, contudo
Deve ter cuidado onde pisa, Pastor
O mundo não é mais o mesmo
sempre há algum derrame
Anda de faca em punho
porém não deseje vingança
mais cedo ou mais tarde, Pastor
O universo se equilibra
Pastor, camponês, simples, mortal
Mais mortal há de ser a dor daqueles que o apunhalaram
Só te resta esperar

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sou Terra

Afoga meu eu
Água do mar que entra pela boca
vida chula e teimosa
sorrisos abissais
Qual a hora certa pra tomar o último gole ?
vento possuído de areia seca minhas lágrimas
ao céu azul intenso subo de carona nas palavras
do alto a Terra é verde cheia de buracos
As pessoas
As pessoas estão explodindo
Por que o espanto ?  
Só  as palavras me sustentam nas alturas
Porém sou demasiadamente pesado para elas
Caio em queda livre quilômetros de velocidade
Explodo no solo, uma bomba
Formo uma cratera
Pessoas chegam para olhar
Tudo agora é barro, cor de terra
Encontram o nada
explodi
me desfiz
virei pó
sou Terra agora
sou tudo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Devoto

Você, grande imitador
Finge-se desapaixonado a cada segundo
mas teus olhos revelam o contrário
Quando ela surge e te sorri
vai pelos ares tua confiança
Desmorona por dentro tuas couraças
Pois sente a graça divina da presença
feminina que contigo acorda, dorme
põe café e pão todo os dias
Quando a amada te toca
Teus mistérios te cercam, dançam, brindam ao teu redor
refletidos no espelho dos negros olhos
de Juliana, voce desnudo como nunca
transcende tua alma antes restrita
à miserabilidades
Agora, companheiro, tu és pleno homem
devoto e sentinela
do amor dessa mulher


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Finitude, infinitude

Não somos nada
Achamos que somos e vivemos desta ilusão
Estamos perdidos em um mundo que não sabemos exatamente o que significa
Por mais que classifiquemos insetos ou nos perguntamos questões metafísicas
Estamos largados ao léo na imensidão do que se chama espaço sideral
Finitude, infinitude, somos permeados de dúvidas que nos interessam
Uns querem a continuidade, outros não
Uns não conseguem decidir por uma ou por outra
A experiência da vida é algo único, porém misterioso em sí mesmo
Por mais que  a ciência já tenha nos dados múltiplas respostas para
Quase tudo
Prefiro  prestar atenção as pequenas coisas, ao vento que bate no rosto ao cair da tarde,
No mergulho de mar bem cedo ou o sono da tarde que descansa a mente
Prefiro  observar a paisagem e me encontrar constantemente com a complexidade
Do outro fazendo disto uma arqueologia do interior humano.
Há muito mais coisas entre os mundos que habitamos que podem nos levar a
Descoberta de novas mundos, novas experiências e possíveis transformações.