Ela tocava tamborim no Escravos da Mauá
Cumbaqueteque ticumbum catiquitum
Salamaleque de crioula no batuque enviesado
Por compassos esticados de viola afiada
Vai na marcação, cabrocha
Joga as mãos ao leo em sedutora desfaçatez
Congela meus desejos
Inibe meus atos
Tamanho o encanto que me presta ao bailar por calçadas murmurantes de histórias
Abro os olhos e vejo a Prainha enluarada
Que não nega o clamor dos gritos dos escravos
Todavia desfaz dor em poesia
Transpondo a minha alma em transe
Aqui somos autênticos no que sentimos
Encantados por acordes de um samba bom
No surdo do tempo que nos consome
Navegamos o rio até fevereiro
Revivendo a cada mês o mais próximo que podemos ser do carnaval